#BIBLIOTECA# - "The Great Gatsby" | "O Grande Gatsby" (1925)

Escrito pelo americano F. Scott Fitzgerald, o livro (que encontra-se na lista dos 100 melhores romances do século XX da editora Modern Library) pode ser descrito, de maneira simples, como uma crítica cheia de pontualidade no que se refere ao tão sonhado jeito americano de se viver.

O leitor embarca (através dos 3 personagens centrais: Nick, Jay e Daisy) em uma jornada cheia de intrigas, festas, romances e corrupção. Tudo alinhado e amarrado através de uma escrita que vai direto ao ponto, sem perder muito tempo com elementos desnecessários.

Fonte: Divulgação (Newspaper Album)

Quando Nick Carraway, um jovem comerciante da cidade de Midwest, cria uma amizade com o bilionário Jay Gatsby, ele não faz ideia do mundo novo que ele está prestes a descobrir. Conhecido por oferecer grandes e badaladas festas com uma relativa frequência, Gatsby vive as voltas com os rumores sobre como ele havia conseguido tanto dinheiro, o que sempre lhe gera muito desconforto e mal-estar perante a algumas autoridades. Mas isso não o impede de continuar uma vida de luxúria desenfreada.

Todos conhecem a sua mansão em West Egg, e os finais de semana sempre são aguardados com ansiedade pelos "fãs" de Gatsby, porque é quando as festas acontecem. Muita música, bebida, comida além de uma produção caprichada é parte do pacote, mas o verdadeiro motivo das festas que o bilionário promovia era a volta da amada Daisy (que ele conhecera por um encontro arranjado arquitetado por Nick, a pedido dele).

O problema é que agora Daisy é esposa de Tom, um atleta "aposentado" (e primo de Nick) que ao perceber o interesse de Gatsby pela esposa, começa a investigar o seu passado obscuro - já que ninguém conhece muita coisa sobre ele - e está convicto de que o bilionário vive a vida como um perigoso gângster. A partir daí, o livro estabelece uma linha dramática que é cheia de altos e baixos.

Dentre os momentos mais marcantes, estão a complexidade com a qual é tratada a relação entre Gatsby e Daisy. São momentos que alternam entre um doce (e em certos momentos, até inocente) envolvimento que, gradativamente vai evoluindo para uma obsessão sem controle. Isso gera momentos muitos tensos (até porque a essência dos personagens é um tanto quanto complexa e turbulenta), que acabam marcando o tom da leitura.

Outros ótimos momentos estão relacionados a apresentação dos cenários e a tudo o que faz parte do mesmo no momento. Tudo sempre é apresentado com uma riqueza de detalhes (do figurino aos demais objetos), fazendo com que o leitor possa visualizar os cenários com mais facilidade e entrar na trama de uma maneira mais imersiva. Vale uma atenção especial ao final do terceiro ato, que é responsável por terminar a história de uma maneira que divide opiniões (eu particularmente adoro o final).

Do mais lento do livro estão a demasia de personagens secundários (alguns deles, inclusive, só fazem uma participação especial que muitas vezes é altamente dispensável por não acrescentar nada de substancial para a narrativa). É muita gente que não cabe dentro de uma história que tem um tom intimista bem forte, isso acaba "sufocando" o rumo da trama, que por várias vezes acaba se perdendo pela falta de profundidade nos aspectos/personagens corretos. No entanto, o livro sempre consegue reordenar o rumo da viagem e salvar o rumo da história, que vale muito à pena ser lida.