#BOX DE SÉRIES# - "Sai de Baixo" (1996-2002)

in #boxdeseries6 years ago (edited)

Fonte: Divulgação (Tumblr)

Apresentando-se de uma forma completamente diferente para o público (já que o cenário não era um estúdio comum... mas sim, o palco de um teatro paulistano, o Procópio Ferreira), essa sitcom da Rede Globo (criação de Luis Gustavo e Daniel Filho) tornou-se um sucesso de público e também de crítica que ocupou as noites de domingo dos brasileiros por 8 temporadas e 245 episódios (sendo a segunda fase um especial com 4 episódios gravados/exibidos em 2013 para uma comemoração ao canal Viva).

O foco da série (que se passava em um apartamento localizado no Largo do Arouche) era mostrar as trapalhadas vivenciadas por uma família disfuncional com personalidades bem demarcadas - e propositalmente baseadas em muitas caricaturas - que tinham uma espécie de imã natural para chamar os mais diversos tipos de confusão para o lado deles.

Fonte: Divulgação (Pinterest)

A trupe é formada por Vavá (um empreendedor que acumula fracasso atrás de fracasso em busca da empresa perfeita) que é irmão de Cassandra (uma senhora da terceira idade que não abandonou os tempos áureos da época em que era casada com um brigadeiro da aeronáutica), tio de Magda (que tem um défcit de Q.I. absurdamente surreal), que por sua vez é casada por Caco (um trambiqueiro de marca maior que sempre está pensando no próximo golpe).

Existem também os porteiros Ribamar e Ataíde (porteiros atrapalhados, mas de boas intenções) e as empregadas desbocadas Edileuza, Neide Aparecida e Sirene (que estão sempre zelando pelo bem estar da família, ainda que praticamente não vejam a cor dos seus salários). Este núcleo em específico é alternado na troca de elenco a medida em que as temporadas vão finalizando e iniciando novamente.

Fonte: Divulgação (Observatório da Televisão)

O roteiro dos episódios prioriza sempre situações engraçadas, onde todos os personagens possam interagir entre si pelo maior tempo possível. Não há exatamente um protagonismo claro para nenhum deles, afinal, a medida em que a narrativa muda, o protagonismo muda junto e deixa sempre um personagem ou outro em evidência.

De modo geral, há uma boa distribuição de piadas entre cada episódio (evidenciando o cuidado dos roteiristas com relação as histórias e também, com os personagens) e isso garante que haja uma fluidez na série bem divertida de acompanhar. Essa alternância sobre que rouba o holofote de quem acaba sendo um uma "briga" bem saudável pela atenção do público (que no final das contas acaba ganhando piadas cada vez criativas, cômicas e melhor interpretadas).

Não vou me ater a falar especificamente de cada integrante do elenco porque eu acho que seria extremamente injusto, visto que, todos entregam sempre ótimas performances e até os erros que eles acabam cometendo em cena são hilários (muitas vezes, mais engraçados até do que a própria piada que eles precisam contar). Nesses momentos, estão a interação deles com o público, quebrando a parede que existe entre o palco e o "mundo real" e isso tudo resulta em improvisações incríveis.

Fonte: Divulgação (VEJA)

A conexão que essa turma transparece na tela é notória, é algo genuíno e que resulta sempre em ótimos momentos. Com certeza, além dos roteiros dinâmicos e eficientes, esse é um dos grandes sucessos dessa sitcom, porque a sinergia e compatibilidade dos atores para com seus respectivos personagens é algo que não se vê com tanta facilidade na TV.

Sempre de forma muito leve, a direção explora o melhor dos episódios (e claro, do elenco super competente) através de diversos olhares, apostando em perspectivas muitas vezes nonsense que acabam, na verdade, sendo outro grande acerto (somados também, as participações especiais estratégicas de outros artistas em episódios específicos).

Aqui vale a máxima de gira em torno do seguinte conceito: quanto mais maluca forem as histórias, mais engraçadas serão as piadas e melhores serão os episódios.

Fonte: Divulgação (Rede Globo)

A dinâmica da gravação acontecer em um palco de teatro foi algo completamente novo na época e que foi muito bem aceito por todos (público e críticos), que aliado a tudo o que eu já comentei até aqui, garantiu o sucesso automático - e longínquo - de um dos melhores projetos relacionados a comédia do nosso país.

Não há dúvidas de que Sai de Baixo é uma das sitcons mais importantes já criadas até então (e me arrisco - sem o menor receio - a dizer isso em âmbito global!) e que mesmo depois de finalizada, ainda é tão fortemente lembrada pele público e também, ainda serve de inspiração para a renovação de ideias que acabam convergindo na criação de outros "filhotes".

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