#FILMOTECA# - "The Night Before Halloween" | "A Maldição do Halloween" (2016)

Sinopse: Na noite de Halloween, Megan de 17 anos, e seus amigos se envolvem em uma brincadeira que dá errado e um deles acaba em coma. Sem saber, a brincadeira liberta uma criatura perigosa que busca vingança.

Filmes que têm como a sua temática principal uma gama de vertentes envolta de um aclamado costume estadunidense chamado Halloween são mais do que costumeiros dentro do mundo cinematográfico que se debruça sobre o horror/suspense/terror. Os exemplares são mais os diversos, desde o super clássico (e referência no tema) Halloween (de John Carpenter até as demais incontáveis bombas genéricas (mas que incluem o elemento do sobrenatural)... A Maldição do Halloween está no hall do segundo time.

Escrito e dirigido por Sheldon Wilson, o filme tenta mesclar (sem o menor sucesso) o suspense característico que o clima do Halloween emana por si só com um toque onde eventos inexplicáveis começam a acontecer (tentando garantir um elemento extra para uma trama naturalmente fraca e sem a menor singularidade) afim de justificar a perseguição que Megan - a protagonista da história e seus demais amigos sofrem por causa de uma brincadeira inconsequente.

Inicialmente o filme tem uns lapsos de que seria minimamente interessante (ainda que já demonstrasse todo o seu lado genérico de forma bem natural logo nos primeiros 15 minutos de projeção), mas não demora muito para o telespectador começar a se sentir enfadonho com a história que está sendo desenvolvida a duras penas e muitos (e eu quero dizer, muitos mesmo!) clichês.

Os personagens são estereotipados a um nível vergonhoso (algo que faz jus a performance do elenco que dá vida a eles... que é simplesmente péssimo). Com desenvolvimentos pífios e alguns erros de continuidade que prejudicam fortemente a narrativa, o roteiro não faz o menor esforço em colocar algum protagonismo em qualquer um dos adolescentes. Todos eles começam do nada, andam ao redor do nada e terminam em lugar nenhum. A sensação que fica é a de que o próprio elenco não sabia o que fazer com seus respectivos personagens e seus tempos de tela.

A trama não deixa claro o motivo dos aspectos sobrenaturais (mas às vezes parece querer inserir comédia onde não há nenhum espaço para isso). Tudo parece estar ali apenas como uma figuração de luxo, mas que ao invés de assustar, apenas causa uma boas risadas (e uma boa parte disso se deve a equipe dos efeitos especiais / edição de arte que não acerta sequer a paleta de cores para tornar a ameaça um pouco mais assustadora do que ela realmente se apresenta).

Não há uma razão de ser para o cerne da história existir. O roteiro apenas cria uma história absurda e tenta fazer o público comprá-la sem a menor criatividade ou a mais simples das explicações. Tudo fica no campo da subjetividade (aliás, a história usa e abusa desse argumento), como se fosse um diferencial do filme não ser autoexplicativo e deixar isso para o telespectador decidir ao final dos créditos.

Pessimamente dirigido, o trabalho é preguiçoso e desleixado em uma escala amadora. Erroneamente conduzido e criticamente fora de contexto, não é possível notar o menor empenho por parte do diretor em se fazer presente no andamento da projeção. Tudo é muito bagunçado e a medida em que o filme vai se encaminhando para o seu terceiro ato, o clímax se revela como um verdadeiro balde de água fria (carregada com uma quantidade de gelo extra, tamanha é a despreocupação do diretor em resolver isso).

No final das contas, A Maldição do Halloween não assusta, não faz rir (embora a sua baixa qualidade arranque boas risas do público em determinados momentos), não diverte e nem consegue ter um único momento digno de suspense ou tensão. É um festival de erros que vai se acumulando durante quase 90 minutos (convertendo-se em um bom desafio de paciência para os telespectadores que conseguirem chegar a assistir a sua última cena).

Fonte das Imagens: IMDb.