Criatividade em tempos de horário comercial

Às vezes, eu fico pensando que tipo de texto ou assunto posso escrever. Durante muito tempo, as ideias simplesmente vinham, sem muita dificuldade as letras apareciam. Ao término, aquelas leituras infindáveis para ver se está tudo certo para publicação. Normalmente, minhas autocríticas são bem ruins, mesmo assim acabo publicando sem muita esperança ou desejo que alguém leia.

Esse ciclo não costumava ser o mesmo antes do advento das plataformas de blog. Com o Steemit, os critérios de elegibilidade acabaram ficando cada vez mais categóricos, principalmente quando é notável a leitura. Nos últimos dias, com o aumento da carga de trabalho, o tempo para lazer e, principalmente, criatividade acabaram comprometidos.

Hoje, antes de começar um texto ou uma pesquisa sobre algum assunto que me desperta curiosidade para compartilhar já me vem em mente se valerá a pena. Ultimamente, tudo parece tão óbvio ou inútil.

Também é tão ineficaz perguntar para as pessoas o que querem consumir. Na realidade, ninguém sabe ao certo. Os textos são lidos à medida que sentimos a necessidade ou tempo livre. Vou até o fim no que é urgente, paro no que é atrativo, deixo para depois o que é apenas curioso.

Talvez, devêssemos escrever em ritmo diferente. Escrever o que é urgente, demorar no que parece agregador. Já em relação às amenidade continuar dando atenção, mesmo que muitas vezes o desejo nem seja necessariamente compartilhar.

No entanto, em alguns casos, qualquer coisa parece ser tão sem classificação. No início, o urgente, para muitos era a rentabilidade do Steemit. Com o tempo, o urgente de escrever se tornou tão particular quanto a ideia de ler ou não um texto.

O trivial parece ter sido sufocado pelo mau tempo. Precipitações de preguiça, cansaço, falta de criatividade e seja lá mais o que for. Muitos dirão ser apenas a maior desculpa de si mesmo. Talvez! Quem saiba seja o tempo de uma pausa para uma volta sem cobranças.

Se bater o desânimo ou algum sentimento reverso, lembre-se: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Em tempos modernos, parece óbvio que a criatividade e vontade serão esgotadas. Ainda assim, a necessidade de se expressar nunca acaba. Mesmo que não sobre tempo para compartilhar (ou não queira), não é um problema. Preocupante é não ter o que compartilhar nunca.