Álcool: Porque nos intimida o que realmente somos?

in #life6 years ago

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Quem é que nunca sentiu que precisava de uma noite de copos? De apanhar uma grande bebedeira? Para descomprimir, para aliviar o stress, para esquecer uma tristeza ou simplesmente porque precisava de se divertir?

Já ouvi algumas pessoas da minha idade dizerem que já não sabem sair à noite sem beber um copo a mais, que seria extremamente aborrecido… Eu própria gosto de beber uns copos quando saio. Mas essa afirmação sempre me deixou a pensar.

Será que já não nos sabemos divertir sem álcool?

O álcool, entre outras coisas, inibe o nosso córtex pré-frontal, a parte do nosso cérebro que é o nosso filtro social. É o responsável por nos calarmos quando queremos dizer o que sentimos, quando queremos fazer algo mas decidimos não o fazer porque nos intimidam as consequências dessas palavras ou atos. O responsável por não abraçarmos as pessoas de quem gostamos e dizermos que as amamos mais frequentemente. De não dizermos ao chefe para ir dar uma volta. De não falarmos com aquela pessoa que até conhecíamos mas provavelmente não se lembra de nós. Porque temos medo das reações, o chamado medo social.

Então quando bebemos, o nosso filtro diminui. O nosso julgamento fica deturpado. O córtex começa a adormecer e o medo social começa a diminuir. O medo dos risos dos outros quando dançamos como nos apetece, dos pensamentos dos outros quando falamos do que nos apetece, das consequências de um "gosto muito de ti" ou de um "vai-te lixar".

Ficamos desinibidos.

Não existe tal coisa como "não queria ter feito isto, fi-lo porque estava bêbedo". Porque no fundo queriamos fazê-lo. O nosso emocional queria fazê-lo, o racional é que não estava a deixar.

"O que foi dito bêbedo, foi pensado sóbrio."

Não sei quem disse esta frase mas já acreditava nela muito antes de saber o que era o córtex pré-frontal. E faz todo o sentido. Por isso se um bêbedo te diz que gosta muito de ti, acredita porque é verdade.

É verdade que muita coisa má vem de alguns córtexes desinibidos, mas também é verdade que vem muita coisa boa. Divertimo-nos, cantamos, dançamos, declaramo-nos, conversamos sobre coisas que realmente nos apaixonam... perdemos a vergonha.

Então e se pudéssemos desinibir-nos e divertir-nos sempre que o quiséssemos fazer, sem destruir o nosso corpo? Seria espetacular. A questão aqui é que PODEMOS FAZÊ-LO. O que nos impede? Não estaremos a pensar demasiado? Não estaremos a complicar o que é simples? Não estaremos a deixar o córtex pré-frontal ,mandar demasiado?

Confesso que já me diverti muito com um copo a mais. Também já me arrependi de coisas que fiz com um copo a mais. Mas as consequências disso não me mataram. Deram-me acima de tudo bons momentos, boas recordações, boas conversas e bons amigos.

Então porque não prolongar isso para sempre? Que tal sermos o nosso próprio álcool? Assumirmos o controlo sobre o nosso cérebro e mandarmo-lo calar de vez em quando? Dependermos unicamente de nós para nos divertirmos. Não seria esse divertimento mais genuíno?

E porque temos sempre de nos esconder no álcool para justificar o que realmente somos?

Não estou a dizer que sou contra o álcool - muito pelo contrário - , mas percamos algum tempo a pensar sobre isso. E sobretudo percamos aquele medo muitas vezes parvo de sermos quem realmente somos por causa de um estúpido medo social. Serão as consequências disso assim tão más?

"Embebedemo-nos" diariamente. Certamente que daqui por uns anos nos arrependeremos mais se não o fizermos.

Um brinde,
Rita 😉

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