Os Vídeo Games que Marcaram Minha Vida, Parte 2: SNES - Mario, Donkey Kong, Bastante Kirby e Alguns Outros

Esta é a parte 2 da minha série de posts onde eu, uma gamer com deficiência visual, falo sobre os vídeo games que tiveram um papel importante em minha vida. Se ainda não leu a primeira parte, recomendo que leia para entender todo o contexto:

• Os Vídeo Games que Marcaram Minha Vida, Parte 1: NES - Mario, Mickey e Kirby

Desta vez, vou falar sobre meu segundo console de vídeo game. O Super NES (Super Nintendo Entertainment System), também chamado de Super Nintendo ou SNES, que ganhei no final de 1997, quando eu tinha 9 anos de idade.

Fonte da imagem: por Evan-Amos [CC BY-SA 3.0], da Wikimedia Commons

Este console ficou comigo até um certo ponto em 2002, quando resolvi vender todos meus vídeo games para juntar dinheiro e comprar um Playstation 2. A aquelas alturas, o meu SNES já estava começando a dar problema e tendo dificuldade para rodar jogos. Mas ele me serviu muito bem, e construiu várias boas memórias que compartilho logo abaixo.

Super Mario World

O jogo que veio com o console foi o Super Mario World, onde além de seus power-ups, Mario também podia montar nas costas de Yoshi. Diferente do Super Mario Bros. 3 para o NES, o jogo salvava o progresso, e o fato de que era mais fácil lidar com inimigos fazendo Yoshi comê-los facilitou um pouco para eu jogar. E até fiz questão de testar para saber se coletar 100 vidas travaria o jogo como no Mario 3 (que mencionei no post sobre o NES). E não travou!

Minha mãe e eu também não conseguimos zerar esse jogo, mas dois dos meus amigos da escola ajudaram anos mais tarde e zeraram pra nós XD . Foi um bom jogo e proporcionou muitas horas de diversão também, apesar de não me causar tanta nostalgia quanto o Super Mario Bros. 3 do NES.

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Aqui está um link para um vídeo que encontrei no YouTube mostrando um pouco do gameplay. Vídeo do usuário SNESguide1.

Super Mario Kart

Meu segundo jogo de SNES foi o Super Mario Kart, o jogo de corrida de kart onde os personagens da série Mario podem usar power-ups e armadilhas para atrapalhar o progresso dos outros personagens competidores.

Minha baixa visão teve muitos problemas com este jogo. Em geral, eu tinha que treinar por horas no modo time trial para memorizar as pistas até pegar o jeito das fases para poder vencê-las no modo GP em um tempo aceitável. Algumas das pistas eram especialmente difíceis de enxergar, e eu nunca consegui passá-las de jeito nenhum.

Uma vez, no modo time trial, tive a ideia doida de dar as voltas ao contrário. O Lakitu avisando que eu estava indo na direção errada ficava atrapalhando minha visão e eu quase não conseguia enxergar o caminho, e demorou muito pra completar as cinco voltas... no final, as voltas ao contrário até contaram, só que o tempo que levei pra terminar foi terrível :P .

Eu gostava de jogar contra outras pessoas (família e amigos) nas pistas que eu tinha conseguido pegar o jeito, ou jogar contra o computador no modo GP, mas também acompanhada por outro jogador humano. Às vezes, ou as armadilhas ou minha visão falha me atrapalhavam durante as corridas do GP, e como esse modo não permitia recomeçar a mesma fase, eu ficava totalmente desorientada e perdia a corrida. Por mais que fosse bom ganhar o primeiro lugar, eu ficava contente desde que um de nós jogadores humanos conseguíssemos chegar ao pódio.

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Aqui está um vídeo de gameplay, também do SNESguide1.

Donkey Kong Country 2 e 3

Eu tive dois jogos do Donkey Kong para o SNES. Donkey Kong Country 2: Diddy Kong's Quest e Donkey Kong Country 3: Dixie Kong's Double Trouble. Nunca deu para zerar nenhum dos dois, mas eram divertidos também. As músicas dos dois jogos eram legais, e os instrumentos e os efeitos sonoros eram bem peculiares. Eu adorava os minigames estilo "Simon " (também conhecido aqui no Brasil como o brinquedinho "Genius") do Donkey Kong Country 3, pena que não dava pra jogar de novo depois de completados...

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Aqui está um vídeo de gameplay do Donkey Kong Country 2, e um do Donkey Kong Country 3, ambos do SNESguide1.

Kirby Super Star

Em abril de 1998, eu ganhei o jogo Kirby Super Star. Tinha umas adições que eu gostei muito. Algumas das minhas favoritas eram a adição de um ajudante que podia ser controlado tanto pelo computador quanto pelo jogador 2, o fato de que cada habilidade podia executar vários ataques diferentes por meio de combinações de botões envolvendo as setas e o botão Y, e o fato de que pressionando L ou R fazia o Kirby se defender e levar menos danos.

O Kirby Super Star continha oito jogos, dos quais dois eram minigames e outros dois precisavam ser desbloqueados. Eu gostava de todos, mas:

• Eu não gostava muito da terceira fase do Gourmet Race, principalmente porque eu não conseguia ver os espinhos no começo da fase. Fora isso,, eu gostaria que o Gourmet Race tivesse um modo para dois jogadores competirem entre si (com a tela dividida em duas horizontalmente), e mais algumas fases...
• O The Great Cave Offensive era um pouco longo e cansativo. Levou muito tempo e várias tentativas até conseguirmos descobrir onde estavam todos os tesouros.
• Revenge of Meta Knight era legal, e era interessante que tinha diálogo entre os capangas do Meta Knight reportando o progresso do Kirby. Eu só não gostava do limite de tempo e das telas rolantes...
• O Milky Way Wishes era um dos meus favoritos. Em vez de engolir os inimigos para conseguir as habilidades, o Kirby precisava encontrar as habilidades espalhadas pelos planetas, depois podia ativar qualquer uma a qualquer hora que quisesse (parecido com o Mega Man. Eu ainda não conhecia os jogos do Mega Man na época, e foi justamente esta similaridade que me puxaria para o Mega Man mais tarde no Playstation, mas este é um assunto para o próximo post!).

Eu até que conseguia jogar Kirby Super Star relativamente bem sozinha como jogador 1, mas eu preferia controlar o ajudante como jogador 2 e deixar o Kirby para outra pessoa (família ou amigos). No começo, eu não conseguia enxergar direito onde estava o ajudante, mas felizmente, sempre que ficava para trás e desaparecia da tela, ele assumia a forma de uma estrela e voava para onde estava o Kirby, ou eu poderia forçá-lo a fazer isso pressionando A quando eu me perdia. Depois eu peguei o jeito de acompanhar o jogador 1 e manter meu personagem na tela a maior parte do tempo.

Jogamos e "rejogamos" muito este jogo, e conseguimos fazer cerca de 97% nele várias vezes. Para 100%, precisava zerar o The Arena - um modo onde deveria vencer todos os chefes presentes no jogo com apenas uma vida, desbloqueado depois de zerar todos os outros jogos - o que era muito difícil para minha mãe e eu (mas um amigo zerou e deixou o jogo em 100% uma vez).

As mecânicas deste jogo (como o modo cooperativo de 2 jogadores e os diferentes ataques por meio de combinações de botões) desapareceram e reapareceram nos jogos posteriores do Kirby, mas não curti tanto esses jogos quanto curti o Super Star. Também testei o Kirby Super Star Ultra - o remake para Nintendo DS - anos depois, mas também não pude aproveitar tanto, principalmente porque minha visão piorou, a tela do DS é pequena, e eu só tinha um DS e Não podia ser o jogador 2. Então, a versão de SNES do Kirby Super Star continua sendo meu jogo favorito do Kirby.

Em 2000, na quinta série, comecei a aprender inglês básico na escola. Meu vocabulário era muito limitado e, sempre que eu precisava realizar tarefas como escrever um número X de palavras em inglês, a maioria das palavras que eu escrevia eram animais ou objetos básicos (cat, dog, book, table) e habilidades do Kirby! (fire, ice, stone)...

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Aqui está um vídeo de gameplay, do usuário Japancommercials4U2.

Kirby's Avalanche

O segundo jogo de Kirby que eu tive no SNES, que na verdade é um jogo de Puyo Puyo com personagens e músicas do Kirby. Consistia em direcionar bolinhas coloridas (chamadas Puyo) que vinham caindo e combinar quatro da mesma cor. Encadear combos mandava pedras para atrapalhar o adversário.

Eu me diverti muito com esse jogo também, principalmente no modo para dois jogadores. Eu joguei por várias horas contra minha mãe, meus amigos da escola, meus primos e quem quer que tenha decidido nos visitar e concordado em jogar.

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Aqui está um vídeo de gameplay, também do SNESguide1.

Kirby's Dream Land 3

Em 1999 ou 2000 (não me lembro exatamente), comprei meu terceiro jogo do Kirby do SNES. Apesar de ter sido lançado após o Kirby Super Star, não tinha muitas das mecânicas do jogo anterior, e pra mim pareceu mais um downgrade. O ajudante que podia ser controlado pelo computador ou pelo jogador 2 permaneceu, na forma de um personagem bolinha azul chamado Gooey, mas a função de se defender com L/R e os ataques diferentes com combo de botões tinham desaparecido. Em vez disso, Kirby poderia montar nas costas de seus amigos animais, e os ataques de cada habilidade mudavam dependendo de qual animal estava com ele. Mesmo gostando dos amigos animais de Kirby, eu sentia falta dos combos de botões para movimentos diferentes e da função de se defender.

Algo inesquecível deste jogo era como o Gooey era burro. Controlado pelo computador, ele imitava todos os movimentos de Kirby, exceto um. Ao contrário de Kirby Super Star onde o ajudante podia ter habilidades diferentes, Gooey nunca engolia inimigos para ganhar suas habilidades quando controlado pelo computador. Às vezes só piorava as coisas em vez de ajudar o jogador 1. Era frustrante quando o Kirby perdia sua habilidade e o Gooey comia a estrela com a habilidade antes do Kirby, depois cuspia a estrela e a habilidade ia pro beleléu. Por causa dessas e outras mancadas irritantes, um de meus amigos e eu inventávamos muitas maneiras (no estilo fan fiction) para zombar do Gooey e sua estupidez.

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Aqui está um vídeo de gameplay, do usuário Japancommercials4U2.

Dragon Ball Z: Super Butouden 2 e 3

Em 1999, comecei a gostar de Dragon Ball. Meu primeiro contato com a série não foi nem através do anime, mas através do jogo para SNES, Dragon Ball Z: Super Butouden 2, que conheci na casa de um amigo. Acabei comprando o jogo para mim também, e descobri que eu me saía razoavelmente bem em jogos de luta. Eu praticava muito na esperança de ganhar do meu amigo, mas não importava o quanto eu tentasse, não conseguia ganhar. Que frustrante. Mais ou menos como uma versão leve da rivalidade de Vegeta e Goku. (mas meu personagem favorito era o Gohan :P )

Este jogo tinha um modo história que cobria a batalha contra o Cell e um dos filmes. Apenas uma vez, consegui acionar um evento em que Broly apareceu e eu lutei contra ele, depois aconteceu um final diferente. Até hoje não tenho ideia de como ativei esse evento. Eu tentei de novo várias vezes, escolhi diferentes respostas nos diálogos durante o modo história, perdi algumas batalhas para tentar encenar os eventos do anime, mas nunca mais vi aquele evento com Broly novamente. A única maneira que eu conseguia ver Broly era através do código para desbloqueá-lo e Goku antes da tela do título (Cima, X, Baixo, B, L, Y, R, A).

Aqui está um vídeo mostrando o modo história, por Luis Ortiz.

Mais tarde, também comprei o jogo Butouden 3, e achei estranho que não tinha um modo história como o anterior. Pelos sons no sound test, pensei que houvesse um modo história escondido em algum lugar, talvez vencendo o torneio com personagens específicos (já que a saga Buu no anime começou com o torneio), mas vencer o torneio não fez nada. Então, havia menos diversão e a única coisa nova nesse jogo era a seleção diferente de lutadores. Fazer o quê...

Aqui está um vídeo mostrando os personagens, do usuário Raygrow.

Doraemon: Nobita to Yousei no Kuni

Doraemon (o personagem) é um gato robótico azul sem orelhas que veio do século 22 para ajudar um garoto sem esperança chamado Nobita, que se tornaria o tataravô do dono de Doraemon no século 22. Doraemon é provavelmente a franquia de mangá e anime mais famosa no Japão. Uma versão dublada do anime foi ao ar no Brasil vários anos atrás na extinta Rede Manchete, mas eu era muito pequena na época e não me lembro de nada. Só comecei mesmo a assistir ao anime do Doraemon em 1996, quando minha mãe começou a alugar fitas de anime de uma locadora especializada em programas de TV japoneses. Estava tudo em japonês e não tinha legendas, e foi aí que comecei a aprender o básico da linguagem.

Eu acabei me tornando uma grande fã de Doraemon, e fiquei feliz e surpresa quando minha mãe conseguiu encontrar um jogo de Doraemon para o SNES. Doraemon: Nobita to Yousei no Kuni (Nobita e o País das Fadas).

O jogo tem uma parte em estilo RPG básico que envolve conversar com pessoas na cidade para abrir as fases, e a parte das fases é em estilo plataforma. Infelizmente também não conseguimos zerar este jogo...

Aqui está um vídeo de gameplay do usuário TGApuleius.

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E isso conclui o post sobre o meu SNES. Na verdade, eu tinha jogado mais alguns outros jogos, mas eles não foram marcantes o suficiente, então resolvi não comentar sobre eles (este post já está longo mesmo assim :P ). O próximo post será sobre o Playstation, e provavelmente será bastante longo também.