Três anos de namoro: amor no espaço e no tempo

Tá vendo essas fotos? Pois é, só mesmo registrando algumas imagens pra gente ter uma ideia da quantidade e diversidade de momentos pelos quais passamos juntos e — o que é a melhor parte —, que foram realmente bem aproveitados.

Ultimamente, tu sabes, a gente tem conversado muito sobre como o tempo tem passado "rápido". Na verdade, o tempo é uma coisa independente da gente, mas com a qual nos relacionamos. Não conseguimos pensar fora do tempo, aliás. Somos extremamente temporais, e por isso mesmo é que colecionar momentos — tempos que foram e não voltam mais — é algo bastante ritualístico na nossa espécie.

Outra coisa que somos, também, é espaciais. Tem um alemão bem famoso que falava que tempo e espaço são nossas faculdades mais básicas, e pelas quais tudo o mais em nossas vidas ganha sentido. Esse alemão era um tal de Kant, e ele basicamente queria dizer que é simplesmente impossível a gente conhecer nossa realidade, tanto interna quanto externa, sem ordená-la de modo espacial e temporal.

Tem um outro cara também, dessa vez brasileiro, que falava que o espaço estaria sujeito às transformações que vêm com o tempo, e por meio delas "novos objetos e novas ações vêm juntar-se às outras, modificando o todo, tanto formal quanto substancialmente.". Esse cara era um tal de Santos, que muitos consideram "Nobel da Geografia".

O que quero aqui, bachinha, é te lembrar como essa sensação de tempo bem aproveitado em nossas cabeças, junto desses momentos decorridos em diferentes espaços durante nossa trajetória ao longo desses poucos anos, são justo aquilo que faz sentido porque nos permitimos, com recíproca entrega e companhia, "modificar o todo" constantemente de nossa realidade.

Quando afetamos positivamente o ambiente no qual nos inserimos, temos por certo que o tempo — a sensação de que o esse tempo voa e não volta mais — apenas será mais e mais acelerado, fazendo de nossas vidas um mar repleto de sentido, somando afetos dentre memórias fotográficas e nos fazendo ter de nos justificar, com cada vez mais constância, frente à realidade de que estamos morrendo.

Mas morrendo sem receios, pois fomos mais rápidos que o tempo em garantir a melhor companhia que em espaço comum podemos compartilhar.

Que estes 3 anos sejam apenas 5% de uma vida espaço-temporalmente compartilhada. Eu te amo!