A Filosofia da linguagem de Gottlob Frege: sinal, referência, sentido e representação. - #Filosofia.

Iniciarei este texto com uma breve explanação dos conceitos abordados por Frege no livro “Sobre o Sentido e a Referência”.
 
O sinal é o signo utilizado para nomear as coisas, ou seja, o nome utilizado para nomear as coisas, por exemplo: se eu falo o Darwin está aqui, todos poderão imaginar que estou louco, pois o cientista Charles Darwin ao qual o sinal faz referência, está morto, mas levando em consideração que um dos meus gatos possui o nome Darwin, este signo para mim faz referência, portanto se eu digo, o Darwin está aqui, me refiro ao meu gato que está ao meu lado neste momento.

Meu gato Darwin

O sinal apenas sendo um nome (ou signo), pode ou não ter referência como também pode possuir várias referências, como no exemplo citado acima, e muitas vezes necessitamos de vários sinais para identificar apenas uma coisa, por exemplo: Darwin, o meu gato peludo e amarelo. Portanto, o sinal é abstrato.
 
Já a referência é o próprio objeto, portanto é objetivo, pois quando digo Charles Darwin, faço referência ao cientista que observou e escreveu a Teoria da Evolução das Espécies e Seleção Natural, e, para fazer referência ao meu gato Darwin, preciso me utilizar de outros signos (sinais).
 
Mas nem todo sinal possui referência, por exemplo; se eu falar aqui sobre Unicórnio, todos imaginarão um cavalo com um único corno em sua cabeça, mas não possui referências pois tal animal não existe, da mesma forma Deus, a grande maioria das pessoas imaginará um ser humano de idade avançada e cabelos brancos, mas não possui referência pois até a presente data a sua existência não é comprovada empiricamente.
 
O sentido por seu lado é a compreensão que o indivíduo faz sobre devido objeto, ou seja, o modo do objeto denotado, por exemplo: quando falo em café, para quem já bebeu tem sentido e representação, para quem nunca bebeu e conhece a planta café, possui sentido, mas outra representação, mas para quem não bebeu e nem conhece a planta, não possui nem sentido e muito menos representação.
 
O sentido parte do pressuposto de grupos, ou seja, cada grupo possui sentido sobre algo, por exemplo: a evolução do planeta terra na visão criacionista e evolucionista, o sentido sobre a evolução do planeta é o mesmo, pois ambos entendem (de maneiras distintas) que um dia a Terra surgiu no espaço e mudou até ser o que é hoje. Cada grupo possui uma representação diferente sobre tal questão, mas o sentido é o mesmo.
 
A representação é particular a cada indivíduo, ou seja, acerca do mesmo objeto pode-se haver milhares de representações, por exemplo: Deus, para católicos a representação é uma, para evangélicos é parecido mas um pouco diferente, para judeus, outra representação, para muçulmanos, outra e para ateus, completamente distinta dos demais. Enfim, a representação é como cada indivíduo enxerga o sentido sobre algo.
 
Trazendo novamente o exemplo da evolução, criacionistas representam a evolução da mesma maneira descrita na bíblia, ou seja, Deus criou o planeta, o Universo, o homem, a mulher, os animais e as plantas, essa é a representação deles.
 
Por outro lado, os evolucionistas pensam que tudo se iniciou em uma explosão (Teoria do Big Bang), gerando todo o Universo até chegarmos à 4,6 bilhões de anos atrás, onde a partir de alguma explosão surgiu o planeta Terra e através de vários acidentes, a vida se originou no planeta. Enfim, para os dois grupos o mesmo sentido, mas com representações diferentes.
 
Portanto penso que na área da linguagem, é difícil conceituar qual o impacto dessa obra de Frege, da mesma forma, é difícil também conceituar qual a importância para a filosofia matemática e lógica. O texto trata de uma reflexão ou relação sobre linguagem e problemas. Penso que na área da lógica este texto, torna-se mais importante do que na área da linguagem, por se tratar de uma obra que foi estudada e revista por vários autores.
 
Por fim, penso que para a linguagem, o “Crátilo” de Platão tem maior relevância que o “Sobre o Sentido e a Referência” de Frege, mas, mesmo assim, esta obra não pode ser invalidada na área da filosofia.

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