Em defesa da urna eletrônica

in #pt6 years ago (edited)

Os detratores da urna eletrônica costumam citar o caso do Professor Diego Aranha como prova de que a urna não é segura.

Mas a verdade é que em 20 anos de urna eletrônica o Aranha foi o único caso "bem sucedido" e mesmo assim não foi nada comprometedor, foi apenas o embaralhamento dos votos que ele conseguiu desfazer. E isso no máximo ameaçaria o sigilo do voto, mas não a contagem final. Aliás, os hackatons promovidos pelo TSE existem justamente pra isso, pra detectar possíveis vulnerabilidades e corrigi-las antes que venham a acontecer na prática.

E porque a urna é tão segura e infalível assim, ao ponto de em 20 anos de uso não ter tido nenhuma denúncia grave de fraude? Bem são vários aspectos técnicos de segurança. Mas de forma bem resumida é porque ela não é conectada em rede, usa várias camadas de criptografia, auditoria, testes e auditagens por todos os partidos, órgãos governamentais e entidades civis.

Aí você pode perguntar: com tanta segurança assim ela se torna 100% segura? E a resposta é claro que não, nunca nada será 100% seguro. Mas basta que se prove que ela é mais imune a fraudes que a votação em papel. E isso ninguém nunca provou que não é.


Gostou da leitura e quer mais? Aí vão algumas sugestões:

Sort:  

Seria possível criar um blockchain para a urna eletrônica e dessa forma evitar essas fraudes?

Ao meu ver não faz muito sentido porque a urna não é conectada em rede (ainda bem). Mas se fosse aí sim, só um blockchain conseguiria manter a integridade dos votos.

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Opa seria e tem países testando já. Ai sim seria uma vantagem.

É algo que eu acho muito interessante. @deividluchi quais países são estes, sabe ?

De cabeça eu lembro da Estônia, mas eram 3 ou 4. Estônia ta numa loucura de digitalizar o país todo hehehe.

Vou achar aqui e comento em seguida.

EDIT: Estônia já tem contrato de abertura de empresa em blockchain e identidade (tenho um conhecido que tem)

Caramba, muito interessante este exemplo da Estônia.

Achei aqui, Suiça e Moscou estão testando.

https://www.coindesk.com/swiss-city-plans-to-vote-on-blockchain-using-ethereum-digital-id/

https://bitsonline.com/moscow-blockchain-voting-test-possible/

P.S.: Estônia é um mundo a parte, eu por um tempo cogitei ir pra la, estão "importando" muitos profissionais de cybersecurity, mas o fato de as linguas lá serem estoniano e russo, e o fato de ter 6 meses apenas dia e depois 6 meses apenas noite me desestimulou um pouco, mas no quesito digitalização e cybersecurity são o numero 1.

Daria para usar uma série de validações ECDSA para a urna, eleitor e candidato, gerando hashes e subhashes que o algoritmo associaria, permitindo contabilizar os votos válidos e descartar os inválidos difundidos pelos pares na blockchain. O problema é que teria que gerar uma chave privada ECDSA secreta para cada eleitor, de preferência única para cada eleição, reduzindo as chances de um ataque de força-bruta conseguir associar eleitor-candidato. Afinal de contas, o voto tem que ser secreto.

Imagino eleitores carregando um cartão com chip ECDSA tendo que comparecer ao TRE para gerar nova chave válida antes de cada eleição.

Mas em se tratando de eleições, ainda defendo um sistema em que haja voto de ostracismo facultativo antes do 1º turno e após o encerramento das inscrições de candidatos, onde os eleitores teriam um prazo de 1 mês para comparecer ao TRE para dar seu voto de ostracismo aos candidatos já definidos de forma que restem não mais do que os 4 candidatos menos votados por vaga. O voto de ostracismo seria encerrado 6 meses antes das eleições. Me veio essa ideia porque tô de saco cheio de eleições sempre sendo disputadas entre os candidatos mais rejeitados. Veja nos EUA em que ambos os candidatos majoritários tinham taxa de rejeição acima dos 70%, deixando o eleitorado com desgosto na hora de votar no "menos pior". Mas isso é só uma ideia.

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Bah, o pessoal insiste em afirmar que o voto manual é mais seguro. De que jeito? É muito mais fácil fraudar uma eleição com cédulas de votação, sem falar nos erros de contagem e o número muito maior de votos nulos no sistema manual. Ainda que seja possível fraudar a votação eletrônica, é muito raro e fácil de comprovar. Obrigado por compartilhar ;)

Pois é, quando era votação em papel sempre pipocavam casos de fraude, e depois da urna eletrônica isso acabou. Só o sensacionalismo barato e a ausência de conhecimento técnico podem explicar os detratores da urna eletrônica.

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Necessariamente não. Apesar do único caso documentado ter sido o do Diego Aranha, a maior crítica, pelo menos minha ( ressaltei porque é aquela, a opinião é minha mesmo lol) , é que o processo final não pode ser auditado. Ou seja, independente de diversas auditorias ( internas do TSE ) o processo final, é auditoria dos dados que foram gravados e ... não há como garantir que o dado gravado tenha sido alterado no meio.
Resumo, a discussão é grande para caramba. Mas ambos os lados, os que defendem a urna e os que são contra ela tem razão pois o processo em si, é bem duvidoso.

Então, eu trabalhei com urna eletrônica em cartório eleitoral e também como mesário, acho muito difícil fraudar e desconheço casos em que isso tenha ocorrido. Acho mais fácil manipular os eleitores, aí sim temos um problema maior para se preocupar e bem mais complicado de resolver :D

Na realidade há casos sim. São poucos, mas são de urnas que já chegaram com os votos gravados e etc. O processo em si, pelo menos até o momento, não temos notícia que ele tenha sido adulterado mesmo.
Mas algo só é considerado seguro se é auditável. Como a urna e todo o processo eleitoral não é, eu, vai acabar sempre sendo alvo de críticas.
Mas acaba sendo mesmo neurose, principalmente de quem trabalha com TI. Somos meio puristas neste negócios de auditoriar algo, já que passamos o dia fazendo isto lol

A zerésima emitida antes do início da votação deveria resolver neste caso, ainda acho um exagero questionar a tecnologia da urna eletrônica. E seja qual for o resultado, o nosso problema está longe de ser o sistema de votação :D

Este é um dos pontos que me deixam com a pulga atras da orelha. Talvez não se fala de fraude porque são poucas pessoas que tem acesso ao resultado da urna, e não porque é 100% segura. Já um papel seria mais simples, qualquer um (ou melhor, boa parte) da população sabe ler/escrever. A propósito, qualquer um que trabalha na área sabe que nada é 100% seguro.

Um exemplo bem simples: Somos um grupo, vocês votam e o resultado vem pra mim, apenas eu posso ver, o que me garante que eu não vou ignorar o resultado real e falar o que eu quero? Se é proibido auditar e eu sou o único com acesso, o que me permite que eu não venda a votação pra quem eu quero? Veja que não digo que se faz isso, mas é uma possibilidade. Novamente, quem é da área sabe que segurança por obscuridade é a pior forma de se manter a segurança.

Sobre a vulnerabilidade que o grupo do Diego Aranha achou ser apenas de comprometer o embaralhamento dos dados, tecnicamente é um pouco mais que isso, conversando pessoalmente com ele, o mesmo falou que a partir desta vulnerabilidade é possível fazer várias outras coisas, que apesar de possíveis não foi testado devido as limitações impostas pelo TSE.

Tenho também um conhecido (não sei quanto de detalhe posso entrar nesse caso) que trabalhou numa suposta investigação de um hacker com acesso a injetar votos em urnas. Fazendo uma busca rápida em mercados da Deep Web não é tão difícil de achar gente anunciando isso, mas não sei muitos detalhes do caso e das possibilidades.

E por ultimo, porque a urna é utilizada dessa forma apenas no Brasil? Pode ser fake news (não faço ideia, está dificil identificar) mas porque diversos países negaram/proibiram o uso dessa urna por não ter confiabilidade? Seria só o voto impresso? Porque não podemos ter ele?

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