Em alguns dias, eu acho que seria melhor se religiões não existissem. Todas as religiões e todas as escrituras cultivam o potencial para a violência. É por isso que precisamos da ética secular além de todas as religiões. É mais importante as escolas terem aula sobre ética do que sobre religião. Por que?
Porque é mais importante para a sobrevivência da humanidade ter consciência de nossa afinidades do que enfatizar constantemente o que nos divide.

Este trecho do livro foi escrito por Dalai Lama, e um líder religioso falar desta forma traz um grande significado - chegou a hora de revermos a religião, e a forma que esta interage com o mundo.

Este livro é muito esclarecedor, sua santidade nos ensina a importância da compaixão, sem fronteiras, e a ética secular, que eu vou explicar depois.

Na opinião de sua santidade não há, em essência, diferenças entre as religiões, são abordagens diferentes para promover o amor. Aliás até mesmo movimentos e áreas que não tem nem um pouco a ver com religião, como ciência e o ateísmo, seguem, em princípio, a mesma essência que as religiões, - o amor.

Já passou do tempo da religião se abrir para a ciência, afinal, a ciência se resume ao amor à humanidade, cientistas tem como objetivo melhorar a qualidade de vida humana, no máximo de sentidos possíveis.

O que é a ética secular?

Essencialmente, a ética tem a ver como nosso estado mental e não com nossa afiliação religiosa formal. Precisamos superar nossos limites pessoais e compreender os pontos de vistas dos outros.

A ética secular é um comportamento pacífico visando a felicidade em comum, de todos, e não apenas somente aqueles do nosso círculo social, da nossa nacionalidade, da nossa religião, etc, e isso incluí inclusive nossos inimigos.

O verdadeiro inimigo está dentro de nós, não fora.

Para entender este livro você tem que compreender o contexto que ele foi escrito, e saber um pouco da sua santidade Dalai Lama: o Tibet, país do autor, foi invadido pela China e desde então Dalai Lama vive exilado na Índia, e lá exerce seu ofício religioso recebendo diversas pessoas de diversas profissões, entre eles muitos cientistas, principalmente neurocientistas.

O que faz de sua santidade um ponto de harmonia entre ciência e religião, assim ele defende que a ética humana não tem nada a ver com a religião, não somos éticos porque pertencemos a alguma religião, mas porque é inerente a natureza humana.

Inclusive cita a pesquisa neurobiológica moderna que sugere que o comportamento altruísta tem origens genéticas e biológicas, sendo assim, o homem tem mais altruísmo do que egoísmo, uma tendência natural à bondade, à harmonia e à vida pacífica.

A ética não é um conjunto de regras e proibições a se obedecer, mas uma oferta natural interna que pode trazer felicidade e satisfação a nós mesmo e aos outros.

Para concluir o livro não defende que a religião não é necessária, ela, sim, possuí seu valor social, mas deve juntar e não segregar, se a religião é um impasse para a harmonia da sociedade ela deve ser repensada.

Fica implícito no livro que sua santidade Dalai Lama prevê que no futuro existirá uma união entre religião e ciência conforme estas avancem, afinal, ambas possuem o mesmo objetivo, embora com métodos diferentes. - A FELICIDADE.

*obs: todas as citações são do livro.

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