#BIBLIOTECA# - "Psycho" | "Psicose" (1959)

Prepare-se para entrar em um mundo onde a insanidade não conhece limites. Um campo onde a mente já não pode mais ser controlada, e com isso, desencadeia uma série de atitudes com proporções irremediáveis. Baseado no caso de assassinato de Wisconsin, Ed Gein é o protagonista de uma saga brutal, que até hoje desafia aqueles que tentam desvendar os mistérios do nosso inconsciente.

Fonte: Divulgação (Horror Freaks)

Vivendo em uma localidade rual (bem isolada da cidade grande), Norman (o "novo" Ed) era uma pessoa solitária. Seu único contato "mais próximo" era com sua mãe, uma mulher completamente dominadora e manipuladora a quem ele tinha uma grande e inexplicável devoção. Vivendo em uma espelunca (que ele chama de "hotel"... o famigerado Bates Motel) na beira da estrada, ele parece fazer questão de não tem contato com o mundo exterior.

Após uma fuga para livrar-se da mesmice de uma vida sem propósito, a bela Mary deixa para trás um relacionamento fracassado e um emprego chato em uma imobiliária (lugar do qual ela rouba 40 mil dólares para "recomeçar" a vida)... Mas o que era para ser um novo caminho de prosperidade, acaba se tornando o pior dia de sua vida quando ela se perde na estrada e acaba, infelizmente, cruzando o caminho do psicopata.

Apostando em uma narrativa extremamente tensa, Robert Bloch não faz a menor cerimônia ao chocar os leitores com cenas regadas à muita violência, banhadas de muito sangue, com um recheio amargo tendo como base diálogos intensos (a maior parte deles vindo de mãe e filho), além de relações pertubadoras e misóginas que escondem um imenso ódio internalizado por Norman (em relação à sua mãe) ao longo dos anos, ódio esse que se transformou no principal combustível que passou a reger a vida dele.

O pesadelo ganha forma através de uma história consistente (pontuada sempre por muito suspense e uma atmosfera que privilegia fortemente o caos interno... algo que ganha um contorno ainda melhor por causa de alguns cenários relativamente mórbidos), que tendo personagens extremamente bem arquitetados e desenvolvidos (sempre dialogando muito bem entre eles), propiciam a imersão de cada leitor a esse horrendo mundo onde tudo parece ser possível e aceitável.

Não há dúvidas sobre o poder desse livro. Ele é capaz de desafiar (e dependendo do seu estado psicológico, bagunçá-la também) o seu estado mental em um nível que você, talvez, não seja capaz de mensurar e prova claramente o quanto a nossa mente pode ser uma das nossas piores inimigas se nós não tivermos o controle sobre ela.

Responsável por "prenunciar" o que seria conhecido como fenômeno do seria killer (lá no final dos 80... início dos 90), esse livro (junto com o filme, que ganhou sua impactante adaptação cinematográfica pelas mãos do mestre Alfred Hitchcock em 1960) é aclamado como um verdadeiro arquétipo do horror que se, definitivamente, criou suas raízes na cultura pop moderna.