Reflexão - Só há mudança, se houver movimento, se houver pensamento e sentimento - ou ficamos presos nesse "looping temporal"

Consultor de segurança de Witzel é preso em operação contra policiais suspeitos de extorsão - G1

Policial Flávio Pacca auxiliou o governador Wilson Witzel durante a campanha. Investigação mostra que agentes exigiram R$ 10 mil para liberar o dono de uma oficina mecânica.

A dinâmica do funcionamento humano não é fácil. Quando nos balizamos somente pelos nossos valores morais, corremos risco de não reconhecer os valores de outras pessoas. Há um infinidade de valores mais ou menos compartilhados socialmente. E que são de extrema importância para coexistirmos como seres sociais.

Todos somos passíveis de errar e acertar, de saber e não saber, de julgar, de preconceitos e pressuposições.

Para isso a humanidade criou ideais em comum. Criou o Estado, a justiça, as leis, as religiões, os modelos econômicos, a ciência, a filosofia, e muito mais...

Um movimento da barbárie no sentido da civilização. Porém ainda estamos longe de uma civilização em nossa sociedade.

Antes de ser médico, sou um ser humano. Um policial também é. um pedreiro(x), um mendigo(x), um empresário(x), um professor(x)...

Todos somos submetidos a lei da polis em comum. Tomar sua posição de uma função social para benefício próprio é humano, e é crime, tanto quanto qualquer outra função. Ilustra como mesmo policiais não são isentos do viés humano. São diversos militares que formam as milícias, com investigações de apoio político.

Crescendo a cada dia no Rio de Janeiro, na ausência do Estado(país, estado, município, instituições que organizam o social), são tão cruéis quanto qualquer animal humano pode ser, e no lugar de um crime organizado, entra outro.

Treinados, estruturados, com armamentos pesados, estratégias inteligentes, e apoio, muito apoio. E aí vem o imposto, acima do imposto, e não são nos poucos bairros nobres, ocupam as mais diversas comunidades na periferia.

Contudo não se pode tomar a função social policial, e tomá-la como vilã, ela serve ao funcionamento social, ou ao menos deveria. A mesma vem em combate com sua corregedoria, existem muitos policiais(civil ou militar) bons também, que cumprem com suas funções. E quanto mais precisamos das instituições policiais, nos sinaliza que a construção social está com problemas, problemas sociais, problemas humanos.

É um erro acreditar que uma sociedade funciona sem normas, é um erro acreditar que uma sociedade só funciona regulada por normas políticas.

Tomando Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro. Por que outro? Quem é o outro? Como lutar com esse outro?

Não é PT, PMDB -MDB, PSDB, DEM, MBL, PSOL, PSL, ou qualquer partido que vai mudar a sociedade, e não será de um dia para o outro.

A mudança vem com a participação na sociedade, na descentralização, no cumprimento das leis, na formulação de leis reguladas com a realidade social, na execução dessas leis, e na fiscalização e regulação de animais humanos anti sociais, selvagens, que podem estar em qualquer lugar da sociedade.

A descentralização, educação, saúde e acesso a possibilidades de ser um cidadão, de participar da sociedade, da norma social, podem nos abrir caminhos.

A mudança não começa do social coletivo, começa pelo sujeito / indivíduo. A mudança é refletir sobre quem você é, da onde você veio, e para onde você vai. O sentido de sua existência como um ser social. É ser, não somente ter.

Assim começa a mudança, se inicia. Mas só se torna ato, em uma mudança coletiva.

Mudança é um movimento, uma direção, um sentido, uma busca, um ideal.

A partir de um, o todo se faz, mesmo nunca pronto, nos refazemos a todo momento, se estivermos aptos a pensar, sentir e nos mover.

A mudança começa por um, mas só existe mudança a partir do ideal compartilhado com outro. E assim é o social, do um ao todo, do todo ao um. Quando só vemos números, letras, e informações visuais ao nosso gosto atrás dos gadgets, não vemos pessoas, não vemos o real, vemos fragmentos de informações tomados pelo nosso gosto, pela nossa realidade. Isso é físico, o básico da física, o real e o virtual devem se complementar, mas não são a mesma coisa, não devem ser entendidos como se fosse, pois assim, a imaginação completa as lacunas que as múltiplas circunstâncias de uma experiencia real se constitui.

Por isso a doutrina do direito se baseia em fatos, e a doutrina da medicina também, assim como outras áreas de estudo. Fatos são objetos compartilhados em comum por diferentes interpretações, por funções sociais que compartilham de ética de seus ofícios(o sentido de suas existências), e as normas regulatórias que fundamentam cada um perante a sociedade.

Afinal somos animais, sempre estamos mudando, e cada um é responsável - salvo doenças inimputáveis - pela própria vida. Somos seres sociais por natureza, entretanto é preciso decidir:

Você caminha em direção/sentido da vida? ou no sentido da morte? Qual o sentido da sua existência? Você vive no social real ou no seu mundo ideal imaginário?

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