#FILMOTECA# - "Morgan" | "Morgan: A Evolução" (2016)

in #filmoteca6 years ago (edited)

Fonte: Divulgação (Epsilon Reviews)

Sinopse: O trabalho de uma consultora corporativa de gestão de risco é solicitado com a função de investigar um acidente em uma instalação remota. Ao chegar no local e fazer a sua análise, ela se questiona ao ter que decidir se um ser artificial vivo que anda apresentando "defeitos" deve ou não ser sacrificado.

Morgan é uma das maiores conquistas da ciência moderna, porque é um ser vivo artificial com habilidades altamente desenvolvidas. Além de um desenvolvimento "biológico" super acelerado, ela tem uma aparência idêntica a de uma pessoa real e pode desempenhar qualquer tipo de função que lhe seja ensinada... Além disso, consegue armazenar memórias de curto / longo prazo com extrema facilidade e desenvolve sentimentos de empatia com quem lhes pareça ser "verdadeiro" de sentimentos.

Fonte: Divulgação (Sensacine)

Os estudos caminham de forma bem estruturada e todos os envolvidos estão confiantes em um bom resultado, mas quando as coisas começam a sair da ordem natural, Morgan começa a apresentar comportamentos inesperados e perigosos... E diante a esse caos iminente, a equipe do local sente-se ameaçada porque não sabem qual é a verdadeira extensão por trás das intenções da criatura que eles criaram.

Tudo acontece em uma estação de estudos remota em um lugar supersecreto, onde moram apenas os cientistas responsáveis (e mais um ou outro agregado fora da área de atuação deles) pela condução dos estudos e esse caminho do roteiro em concentrar a narrativa em um único lugar - e com um elenco relativamente reduzido -, mostra-se uma decisão bem assertiva porque consegue indiretamente propagar um ar de tensão antes mesmo da tensão propriamente dita se fazer presente na história.

Fonte: Divulgação (Horror Freak)

Demora um pouco até que Lee Weathers (Kate Mara) perceba o que há de errado naquela experiência, e isso mostra que os roteiristas optam por uma narrativa mais lenta para estabelecer e fundamentar os acontecimentos. Mas, uma vez que os cientistas entendem não tem mais controle sobre Morgan (que a essa altura já demonstrou do que é capaz de fazer para conseguir o que deseja), o pânico se instala ao redor e eles precisam lutar por suas vidas.

Quando tratadas de formas individuais, a parte científica consegue ser explorada com eficácia pelo roteiro (inclusive, nos aspectos técnicos que remetem os cenários a uma estação de estudos ultra tecnológica, bem como na apresentação dos estudos e na finalidade por trás da criação de Morgan), assim como a parte dramática não fica para trás (a busca de Morgan para entender o que ela na verdade é e qual é o lugar dela nesse mundo recém descoberto por ela gera ótimas reflexões no espectador que acompanha mais atentamente ao filme)... Porém, o que infelizmente não funciona muito bem, é quando os dois lados são postos à prova para trabalhar unidos.

As cenas que tentam fazer a ficção científica e o drama caminharem lado a lado são um pouco artificiais e sem força para dar o peso que à trama para conseguir se tornar melhor e mais interessante do que ela já consegue ser. Isso não chega a prejudicar o roteiro por completo, mas tira um pouco do impacto que o filme teria caso elas tivessem sido melhor trabalhadas (porque as cenas poderiam render muito mais do que o que o público consegue assistir).

Fonte: Divulgação (Collider)

Neste momento, fica claro o pouco pulso na direção de Luke Scott porque com o roteiro que ele tinha em mãos (com praticamente tudo "desenhado"), não seria tão complicado fazer o duo narrativo funcionar de uma maneira mais convincente. Indo além disso, ele não promove a extensão para que as cenas desenvolvam-se de uma maneira mais alongada e imersiva... Desperdiçando, por exemplo, ótimos momentos de ação (que não são tão ambiciosas e nem tão bem planejadas... mas são instigantes, apesar do pouco trato de efeitos especiais) que são cortados abruptamente tirando quase todo o entretenimento explosivo do longa.

O elenco não desponta em nenhum dos lados (desempenho de atuações variam de médios e bons), mas vale destacar o trabalho da Kate Mara e da Anya Taylor-Joy (que interpreta Morgan), porque apesar de não terem uma conexão na tela, suas personagens conseguem se desenvolver e coexistir de uma maneira que acaba por fidelizar a história (amenizando assim, o impacto quando suas cenas soam de forma fraca e, às vezes, um tanto quando aleatórias).

Fonte: Divulgação (Bloody Disgusting)

Morgan: A Evolução é um longa que vale à pena ser assistido porque contém um prisma bem interessante acerca do que a ciência vem fazendo ao longo dos anos (dentro dessa bloco há um forte questionamento sobre os limites desses tipos de estudos) e apesar da sua distopia aparente, tem um material muito bem intencionado que por sofrer com alguns problemas de execução não consegue entregar um resultado tão bem desenvolvido e amarrado, ficando apenas na promessa de algo que poderia ter oferecido uma experiência mais completa.

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