Não há ninguém hoje em dia que não admire o progresso científico humano. É algo realmente inacreditável. Se fosse possível pegar uma tecnologia de hoje em dia como um aparelho celular por exemplo, e entrega-lo a um homem de apenas 200 anos atrás ele ficaria totalmente incrédulo, e talvez até achasse que fosse uma espécie de bruxaria, superpoderes ou alguma coisa sobrenatural.

Essa mistura de extrema admiração com incredulidade perante a ciência é muito bem traduzida nas chamadas Leis de Clarke:

1. Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, é quase certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.
2. O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se um pouco além dele, adentrando o impossível.
3. Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.

Devido ao nosso muito bem-sucedidos avanços científicos, começamos a nos achar quase “deuses”, superpoderosos capazes de quase tudo o que se possa imaginar. Desde que se invista nas pesquisas e no progresso científico pra desvendar os limites do conhecimento humano, tudo se torna possível, e o único limite é a nossa própria imaginação. Estamos vivendo uma época em que estamos embriagados com nossa própria capacidade de desvendar os segredos do mundo, e de usar esse conhecimento a nosso favor.

Mas não é pra menos que nos sintamos assim. Não só o progresso científico é espantoso, como ele próprio se realimenta, onde descobertas anteriores formam o alicerce e abrem o caminho para novas descobertas, num ciclo exponencial sem fim. As descobertas feitas nos últimos cem anos foram mais significativas do que a dos mil anos anteriores. E a dos mil anos anteriores foram mais significativas do que a de todo o restante da existência humana.

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Não sei onde iremos parar com isso, e acho isso uma das coisas mais fascinantes da vida. Saber que não somos seres inertes, que apenas vivem e morrem num ciclo sem fim.

Mas uma coisa me preocupa. É que com maiores poderes também deveria vir maior responsabilidade para lidar com eles. E não me parece que isso está acontecendo na mesma proporção. Torço pelo melhor, mas a resposta final só o tempo dirá.

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