A cultura perpassa muitas esferas da vida social, não se restringe a equipamentos culturais, e pode ser definida de diversas formas (GOLDSTEIN, STRUBE, 2018 p19). Sob o olhar iluminista do séc. XVIII, no qual o progresso civilizatório basea-se na importância do contrato social, na tolerância, na garantia de liberdades, e no estímulo à aprendizagem (GOLDSTEIN, STRUBE, 2018 p9), temos na vivência da cultura digital, plataformas de rede social, capazes de nos fazer entrar em contato com diferentes atores culturais, nos envolver nas mais diferentes causas apesar das fakes news, e trazer proximidade, das mais diversas discussões sobre a vida em sociedade.

Sociedades verdadeiramente plurais, são sociedades cultural e socialmente diversas, e também politicamente democráticas. Embora a diversidade cultural seja, na origem, um dado da realidade que existe independentemente de nossa vontade, o conceito foi se sofisticando nas últimas décadas (GOLDSTEIN, STRUBE, 2018 p22). Para Barros 2008 p19, a diversidade cultural se apresenta como um projeto de mundo, uma procura deliberada, um ponto de partida.

Sob estas constatações, por meio de sites, sejam eles portais, blogs, e plataformas de redes social, somos capazes de entrar em contato com grande parte da diversidade cultural existente. Mas, como nós, na dimensão antropológica, e sociológica, podemos auxiliar no desenvolvimento social, na emancipação financeira de indivíduos, participar das diferentes causas, e manifestações culturais da qual temos acesso gratuitamente?

Fundada em 2016 por Ned Scott e Dan Larimer (criador do projeto Bitshares), a plataforma Steemit, construída sobre o blockchain Steem, é uma rede de mídia social, que busca ser uma plataforma de criação de conteúdo, voltada para comunidades interessadas, e engajadas, nas mais diversas causas sociais. E promoção dos mais diversos setores da vida cultural.

Hoje a blockchain do steem conta com diversas plataformas de interação social, @steempeak, @dsound, @dtube, @busy, @dclik, @fundition, e @dlike são algumas delas. A blockchain funciona por meio do sistema DPOS, (Delegate Proof of Stake), no qual os tokens podem ser usados como meio de troca, podem ser alocados (Steem Power) para oferecer upvotes de maior valor, e delegados para outras contas.

Em muitas destas plataformas, por meio de um sistema meritocrático, o usuário que detêm um maior número de criptomoedas, tem a capacidade de apresentar votos (upvotes) mais significativos, e de maior valor econômico, para o conteúdo que mais lhe interessar.

Com um olhar atento sobre o desenvolvimento dos aplicativos decentralizados na blockchain do steem, a comunidade @brazilians (http://steemit.com/@brazilians), sob o gerenciamento de Cristiano Casagrande (@casagrande), é hoje uma das contas comunitárias da comunidade brasileira, empenhada a educar pessoas a usar os “dapps”, dar maior visibilidade ao conteúdo dos participantes, rentabilizar os valores investidos na conta da comunidade, e apoiar iniciativas sociais.

O @cleanplanet (http://steempeak.com/@cleanplanet), é uma comunidade global. Uma iniciativa ecológica que visa recompensar pequenos, e importantes gestos benéficos para o planeta. Ao coletar resíduos da rua, e criar uma postagem sobre a ação na página pessoal, o usuário é recompensado financeiramente por meio de upvotes.

O @steembasicincome (http://busy.org/@steembasicincome) é um experimento social destinado a trazer uma renda básica ao maior número de usuários participantes da blockchain steem. Os membros participam patrocinando outros para o programa. A renda básica é fornecida através do fornecimento de upvotes regulares ao conteúdo de cada membro.

Embora a tecnologia blockchain exista a mais de dez anos, iniciativas com maior foco no desenvolvimento social são recentes neste ambiente. Os tokens, ou criptomoedas, possuem grande volatilidade. Contudo, os cases citados, são exemplos possíveis de iniciativas neste campo. Seja no foco da promoção de educação, de valores ecológicos, senso de comunidade, e no desenvolvimento de iniciativas sobre a renda básica universal. Estas são apenas algumas manifestações da diversidade cultural neste ecossistema do ambiente virtual, capaz de atender demandas locais, e globais.

Um grande abraço

Guilherme Faquetti
09 de maio de 2019

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Referencias

BARROS, José Márcio (Org.). Diversidade cultural: da proteção à promoção. Belo Horizonte: Autêntica, 2008

GOLDSTEIN, Ilana S.; STRUBE, Christian. Cultura e Desenvolvimento. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2018

About Steem. Disponivel em: https://coinmarketcap.com/currencies/steem/ Acesso em 07/04/2019

Steem Apps. Descentrelised apps on Steem. Disponivel em: <https://steemapps.com/ >. Acesso em 07/04/2019

Comunidade Brazilians. Disponivel em: http://steemit.com/@brazilians . Acesso em 07/04/2019

Iniciativa Clean Planet. Disponivel em: http://steempeak.com/@cleanplanet. Acesso em 07/04/2019

Experimento social Steem Basic Income. Disponivel em: http://busy.org@steembasicincome. Acesso em 07/04/2019