Metafórica Mente - Rubrica de reflexões dispersas e inúteis. # O Steemit vai pró maneta?
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Na sequência das notícias recentemente divulgadas por Ned Scott sobre a desastrosa situação financeira da Steemit Inc. e o despedimento em massa que pretende salvá-la da falência, muitos steemers consideram que esta medida faz perigar a sobrevivência do Steemit.
Como considero importante enfrentar as coisas com algum humor, encaixei logo esta situação numa expressão portuguesa bem popular:
“Será que isto vai tudo pró maneta?”
Mas a verdade é que a maior parte de nós usa estas expressões populares, sem saber exatamente qual a sua origem.
O Maneta foi uma figura real na história de Portugal.
Segundo consta, este é o retrato de Louis Henri Loison, e não parece meter grande medo:
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Mas não se deixem iludir pelas aparências.
Louis Loison era um militar de alta patente ao serviço do exército francês. E talvez por ter perdido um braço (aqui os relatos divergem, havendo quem atribuía o facto a um acidente de caça e quem o atribua a um combate travado na suíça), deve ter-se tornado muito revoltado, pois durante a sua passagem por Portugal, durante as invasões francesas entre 1807 e 1811, construiu uma reputação do pior que se pode imaginar…
Durante as invasões as tropas francesas deixaram um rasto de pilhagem, violações, massacre de civis inocentes e todo o tipo de destruição indiscriminadamente. Nesta época, o General Loison (já maneta) tornou-se lendário pela sua brutalidade e impiedade. Segundo consta, mesmo privado de um membro conseguia torturar e executar os guerrilheiros portugueses e outros inimigos com uma crueldade e eficácia assinaláveis.
Por esta razão e pelo medo que infundia entre a população, passou para o imaginário popular o dizer “ir pró maneta“, que significava ir para as mãos dum carrasco, logo, ir ao encontro da morte (ou da destruição, se aplicado a objetos).
Os portugueses campeões da ironia na adversidade, se bem o temiam, mais depressa o gozavam, passando a chamar-lhe “o maneta”.
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Os franceses retiraram as tropas invasoras mas a memória do general Maneta (perdão, Loison..) perdurou como uma marca de tal forma gravada que até justificava quadras e versos de origem popular (não identificada):
"Entre os títeres generais
entrou um génio altivo
que ou era o Diabo vivo
ou tinha os mesmos sinais...
Aos alheios cabedais
lançava-se como seta,
namorava branca ou preta,
toda a idade lhe convinha.
Consigo três Emes tinha:
Manhoso, Mau e Maneta."
Segundo pesquisa efetuada (1) a expressão vem referida em vários dicionários:
- No “Dicionário de Expressões Populares Portuguesas”, de Guilherme Augusto Simões, como: [escangalhar-se, estragar-se; perder-se (no sentido de não ter recuperação)],
- Em “Novos Dicionários de Expressões Idiomáticas”, de António Nogueira Santos, como: [desaparecer; acabar-se; avariar-se; morrer].
- No “Dicionário do Calão”, de Aquilino Ribeiro: [dar cabo de alguém ou escangalhar alguma coisa.]
(1) webgrafia:
https://ciberduvidas.
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Obrigada Steemitportugal.
Bem interessante, este post. Confesso que se já tinha ouvido esta história, já não me lembrava. :-)
Os ditos populares estão cheios de significados que na maior parte das vezes nos passam "ao lado". Alguns são realmente engraçados. :D
Sempre a aprender! Obrigado pela partilha, história engraçada!
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Obrigada por ler e comentar, @pardinus.
Steemerabraço :D