Síndrome de Asperger e Educação #2

Para a escola acolher de maneira satisfatória e eficaz um aluno com Asperger, e mantê-lo interessado no conteúdo das aulas, se comunicando com os colegas, e valorizando suas habilidades, é necessário investir na formação da equipe.

Outro ponto fundamental é que a coordenação da instituição trabalhe junto com os educadores com objetivo de discutir os melhores caminhos e adaptar o programa de aulas e as estratégias de ensino.

Além de buscar adequar a conduta da escola com as linhas de tratamento que tais estudantes seguem em possíveis terapias fora da instituição de ensino, que podem ser terapias comportamentais ou acompanhamento psicológico, ou seja, ter um cuidado de conhecer previamente a situação de cada caso e de cada aluno.

É muito importante que seja respeitado o tempo de aprendizagem do aluno e que se estimule a sua comunicação com os colegas de classe.

O professor deve conversar com ele com clareza e objetividade e apresentar as atividades visualmente, para evitar incompreensões por parte do aluno em relação a tarefa que deve ser feita.

Deve tentar explorar os próprios temas de interesse do aluno e a partir deles, vir a abordar novos assuntos que estejam ligados às suas expectativas de aprendizagem. Este é um método que tem dado muito resultado.

Por exemplo digamos que ele tenha uma coleção de carrinhos de brinquedo, o educador, poderia utilizá-la como gancho para lhe apresentar o sistema de numeração.

Todas as ações que escapam à rotina de maneira brusca, deveriam ser introduzidas e comunicadas antecipadamente.

Para os professores o grande desafio será integrar essas habilidades que eles já possuem, as vezes em um grau superior a média, a outras mais gerais e desenvolvidas na sala de aula.

É preciso acompanhar a criança com Asperger de maneira única, pois existem vários graus diferentes desta condição e é necessário encontrar o melhor caminho a seguir para cada caso.

Para algumas crianças é preciso montar um programa especial enquanto para outras, pode ser acertado seguir o currículo comum a todos, a fim de manter o desafio, apenas sendo ministrado um acompanhamento especial ou oferecendo-lhe um tempo diferente para cumprir as atividades.

É função da escola descobrir uma maneira legítima do aluno com Asperger participar das atividades em sala de aula.

Uma opção que vem dando muito certo é utilizar esta super habilidade que normalmente ele possui e revertê-la em benefício da turma, o que se torna produtivo e interessante para todos.

Para dar um exemplo, voltaremos ao caso de Henrique, citado no artigo anterior:

Quando em certa ocasião, sua professora propôs que ele desse uma palestra sobre dinossauros para os colegas. Ele se sentiu muito feliz e realizado e os alunos também gostaram muito já que todos estavam estudando os dinossauros naquela época, de modo que cada um havia feito sua pesquisa individual previamente antes que Henrique fosse lá na frente falar para a classe.

Um ponto importante que se precisa estar sempre atento, é em relação a interação e comunicação do indivíduo que possui a síndrome com as outras pessoas, pois quem tem Asperger raramente consegue entender ironias e metáforas, devido ao fato deles perceberem o universo de um modo mais objetivo e concreto.

Isto atrapalha na sua comunicação, mas não significa que ele tenha qualquer deficiência intelectual e portanto é capaz de aprender qualquer conteúdo, desde que seja apresentado de maneira alternativa, e menos subjetiva.

Logo, uma conduta louvável por parte do professor é ele estar sempre alerta para, quando necessário, intervir a fim de que a o estudante com Asperger não seja mal interpretado pelos colegas devido a sua maneira mais direta de pensar e se colocar.

Agindo assim, os educadores podem evitar o processo de isolamento que é muito comum de acontecer, e atuando como mediadores, serão capazes de fazer com que a criança e os colegas se aproximem.

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