O Problema não é a Corrupção (PARTE 1)

Frequentemente ouço e leio que os problemas políticos e até econômicos do Brasil são em sua maioria

relacionados a corrupção.

Leio e ouço muito ainda que isto é uma cultura do brasileiro e que nada pode mudar isso.

Segundo um índice da instituição Transparência Internacional o Brasil não figura entre os 10 países mais corruptos. Obviamente também não está entre os 10 menos corruptos.

O Brasil em 2018 figura na posição de número 96. Outros 95 países ainda tem maior percepção de corrupção que nossas terras.

Mas não quero focar este texto nisso, essa breve explicação com fontes é apenas para esclarecer que corrupção profunda não é uma exclusividade dos brasileiros. Obviamente o nível de corrupção que temos no Brasil é alarmante e não há motivo algum de orgulho em figurar na posição 96.

Vamos direto ao ponto, corrupção é o sintoma de uma doença muito mais abrangente, grave e profunda. Corrupção é o efeito colateral de um mal com raízes mais fortes do que pensamos.

Então qual é tal doença ?

A doença que apresenta entre outros péssimos sintomas a corrupção, é o tamanho e enorme do Estado brasileiro e a enorme intervenção que este Estado tem na vida dos brasileiros.

Basicamente, se você tem muitos setores da economia nas mãos do setor privado em um ambiente de livre concorrência (ou algo o mais próximo disso possível), então você terá empresas com seus acionistas e executivos fazendo o possível para ter mais lucro que os concorrentes, para tanto precisam evitar gastos, evitar corrupção e fazer uma gestão responsável e assertiva.

Se ao contrário disso, você tem muitos setores da economia nas mãos do Estado, onde geralmente empresas estatais gigantes são mantidas e sustentadas com o valor arrecadado dos impostos e não precisam concorrer, na prática você cria os chamados "cabides de empregos políticos", em que a gestão da empresa em si é secundária e onde se cria o ambiente para corrupção, desde funcionários públicos até altos executivos chegando é claro nos governantes que mandam e desmandam nas estatais. Quanto mais empresas estatais, mais espaço para disseminar esquemas de corrupção.

No próximo artigo (parte 2 - em breve), pretendo entrar em mais detalhes sobre esta questão.